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Archive for abril \25\+00:00 2011

Agropecuarista vê gado agonizar pela segunda vez, vítima de veneno
agrícola alheio. Caso entrará em documentário de Silvio Tendler

Publicado no Brasil de Fato em 18 de abril de 2011

Por Vinicius Mansur

Há pouco mais de duas semanas (31/03) a equipe de filmagem do documentário sobre os agrotóxicos, dirigido por Silvio Tendler, estava em Paraipaba, Ceará, cerca de 90 quilômetros a noroeste da capital Fortaleza. Foram investigar as acusações à empresa do agronegócio, de origem holandesa, Companhia Bulbos do Ceará (CBC), por uso indiscriminado de agrotóxicos.

Em fevereiro, a Justiça do Ceará havia deferido liminar proibindo o uso de veneno pela CBC. Entre as explicações estão coceira na pele e problemas respiratórios na comunidade local, a provável contaminação da lagoa da Cana Brava – a 100 metros da fazenda e principal reservatório de água que abastece o município – além da morte, por contaminação comprovada em laboratório, de 18 cabeças de gado do agropecuarista Henry Romero.

Na manhã seguinte à visita da equipe de filmagem, 15 animais de seu Henry apareceram doentes – alguns agonizantes, como mostram vídeos gravados pelo agropecuarista (http://www.youtube.com/watch?v=31iMpTs70bw), sob orientação do Ministério Público. Até o fechamento desta matéria, 12 já haviam morrido.

“O tempo todo que estivemos conversando com seu Henry na propriedade dele, um cara numa caminhonete, dentro da área da CBC, um funcionário, ficava cantando pneu pra cima e pra baixo. Nitidamente para nos
coagir. Tanto que no final, seu Henry falou ‘fiquem tranquilos’ e nos escoltou até a saída”, relatou a documentarista Aline Sasahara.

As propriedades de seu Henry e CBC são vizinhas. Atualmente, separadas por uma “telinha transparente”, como descreve Aline.

Veneno à deriva

Seu Henry é cauteloso e não acusa a empresa de envenenamento direcionado. Entretanto, diz não ter dúvida de que seus animais são vítima do veneno lançado aos montes por seu vizinho:

“Já foi descartado qualquer tipo de doença. É veneno que partiu de lá e o que vai dizer qual veneno é a biopsia. Sabemos que eles nunca obedeceram a ordem de parar de pulverizar. Se eles plantam, eles pulverizam, porque não tem como colher essas culturas sem usar o veneno.”

Cada um dos dois pulverizadores usados pela CBC armazena 2 mil litros de veneno e possuí dois braços de 20 metros que fazem a pulverização suspendida. As duas máquinas juntas chegam a envergadura de 80 metros
e são utilizadas para pulverizar uma área de aproximadamente 22 hectares, segundo Henry:

“A área deles é pequena, não chega a 180 metros de largura, então dá pra você imaginar: 80 metros de braço jogando o veneno à deriva.”

CBC

Criada em 2004, a CBC produz bulbos – caule arredondado do qual brotam flores ornamentais, como a Canna indica, Amaryllis e Caladium. Apesar de serem consumidos pelos EUA e Europa, é em Paraipaba que os bulbos e
a CBC encontram as melhores condições para florecer: longo período de sol, Porto de Pecém a 50 quilômetros de distância, baixo custo da terra e mão-de-obra barata. Todas estas “vantagens”, entretanto, parecem não dispensar a necessidade do veneno: de acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), a CBC utiliza 29 tipos de agrotóxicos, sendo dez altamente tóxicos ao meio e sem registro administrativo de órgãos ambientais estadual e federal. De acordo com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), a CBC também não possui licenciamento ambiental.

Para agravar a situação, a plantação da CBC se localiza em um platô, com incidência de fortes vento, e é rodeada por um povoado de quase 700 habitantes – muitos deles dependentes da empresa. Em épocas de forte safra, a CBC emprega até 150 trabalhadores. Assim, a população que sofre com a propagação do veneno pela terra, água e ar, pouco pode fazer. “Todo mundo tem medo de falar, porque são vizinhos, porque trabalham lá ou tem parentes que trabalham. Seu Henry tem uma situação econômica muito melhor que a maioria das pessoas ali, então ele pode falar. Mas, a empresa está fazendo um trabalho junto aos moradores, dizendo que se ela fechar a culpa vai ser do seu Henry, que as pessoas vão perder emprego, que ele devia ficar quieto”, conta a documentarista Aline.

Seu Henry

Com aproximadamente 160 cabeças de gado leitero, há mais de 30 anos no ramo “sem usar agrotóxico e nenhum produto que venha causar algum transtorno para a natureza ou para os animais”, seu Henry levou um
grande prejuízo. “Todos os dias estou mandando 500 reais de medicamento para a fazenda, mas não está resolvendo. Morreram animais que eu ainda estou pagando. Comprei no leilão”, reclama.

Contudo, o agropecuarista dá outras razões para seu abatimento. “Eu tenho esse apego aos animais, mas são só animais. E as pessoas lá? Tem um povoado de 130 casas, todas pessoas honestas, humildes que não podem falar nada. Segundo os profissionais químicos, o veneno é absorvido pela medula e vai acumulando, acumulando, até causar leucemia e outros problemas. E tem um caso aqui, a 80 metros do campo, que há uma escola que estudam 200 crianças, em dois turnos. Então, o que estão fazendo é um crime, uma ignorância brutal”, conclui.

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AGROTÓXICO MATA!

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Publicado no portal Olhar Direto, em 09 de abril de 2011

Por  Pollyana Araújo

 

Recém-empossado no cargo, o secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, José Domingos Fraga, instituiu uma comissão para averiguar denúncia de contaminação por agrotóxico no leite materno de mulheres em Lucas do Rio Verde (a 360 quilômetros de Cuiabá). O fato ganhou repercussão nacional no mês passado.

A pesquisa, divulgada nacionalmente, foi realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e coletou amostras de leite de 62 mulheres, três delas da zona rural, entre fevereiro e junho do ano passado. Foi detectada a presença de agrotóxicos em todas elas. Em algumas delas havia até seis tipos diferentes do produto.

A comissão será formada por servidores de seis instituições ligadas ao setor agrícola e presidida por um representante da Sedraf. Integram o grupo como membros funcionários do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), da Secretaria Estadual de Saúde, da Superintendência Federal de Agricultura de Mato Grosso, da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

O trabalho de investigação terá o prazo de 15 dias para concluir o relatório. Conforme a pesquisa, as substâncias encontradas colocam em risco a saúde das crianças e até provocar aborto e má formação do feto.

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Impulsionando o lançamento da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, que acontece neste dia 07 de abril, a rádio Agência Notícias do Planalto lança uma série de reportagens sobre o uso de agrotóxicos no país.  Confira texto e audio!

Especial: Os perigos dos agrotóxicos no Brasil

Por Rádio Agência NP

O Brasil é o primeiro colocado no ranking mundial do consumo de agrotóxicos. Mais de um bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras em 2010, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola.

Com a aplicação exagerada de produtos químicos nas lavouras no país, o uso de agrotóxicos está deixando deser uma questão relacionada especificamente à produção agrícola e se transforma em um problema de saúde pública e preservação da natureza.

A RadioagênciaNP apresenta uma série especial de sete reportagens sobre os agrotóxicos no Brasil. Os programas tratam dos efeitos dos agrotóxicos na saúde humana (tanto dos trabalhadores rurais como dos consumidores de alimentos), no meio ambiente e na agricultura.

O consumo de agrotóxicos cresce de forma correspondente ao avanço do modelo do agronegócio, que concentra a terra e utiliza grande quantidade de venenos para para garantir a produção em escala industrial.

Nesse quadro, os agrotóxicos já ocupam o quarto lugar no ranking de intoxicações. Ficam atrás apenas dos medicamentos, acidentes com animais peçonhentos e produtos de limpeza. Essas fórmulas podem causar distúrbios neurológicos, respiratórios, cardíacos, pulmonares e no sistema endócrino, ou seja, na produção de hormônios.

Leia e ouça agora os programas da série especial “Os perigos dos agrotóxicos no Brasil”, produzida pela Radioagência NP.

Programa 01 – Os modelos agrícolas em disputa
Programa 02 – O papel das grandes empresas no mercado dos agrotóxicos
Programa 03 – Mercado dos agrotóxicos, legislação e irregularidades
Programa 04 – Os danos dos agrotóxicos ao meio ambiente
Programa 05 – Impactos dos agrotóxicos na saúde dos trabalhadores do campo
Programa 06 – Contaminação dos alimentos e a saúde pública
Programa 07 – A campanha nacional contra o uso de agrotóxicos

Ficha técnica:
Coordenação geral: Danilo Augusto.
Reportagens: Danilo Augusto, Jorge Américo, Maria Mello, Pedro Carrano e Raquel Casiraghi.
Revisão de conteúdo: Edilson Dias Moura e Igor Felippe.
Locução: Ana Manuella Chã, Alécio Oliani (vinhetas) e Jorge Américo.
Arte: Aldo Gama e Marina Tavares.
Sonoplastia: Adílson Oliveira e Jorge Mayer.

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Confira a cobertura da imprensa sobre as atividades de lançamento da Campanha Permanente contra os agrotóxicos e pela vida, que aconteceu neste dia 07 de abril, dia mundial da saúde.

 

1 – Movimentos Sociais lançam Campanha contra os Agrotóxicos

(Diário do Comércio Industrial – Brasília)

 

2 – Brasília tem protestos contra Código Florestal e agrotóxicos.
Movimentos sociais aproveitaram o dia Mundial da Sáude para lançar uma
campanha contra o uso de agrotóxicos

(Exame.com)

3 – MST lança campanha contra o uso de agrotóxicos
(Estadão)

4- Lançamento da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
(FASE)

5 – Audiência discute agrotóxicos no dia mundial da saúde.

(Goiás Agora)

 

6 – Secretário de Agricultura de GO defende pesquisa para diminuir uso
de agrotóxicos.

(Goiá Agora)
7- Começa Campanha contra os Agrotóxicos no ES.

(Século Diário)

8 – ANVISA, CNA e MPA divergem sobre uso de agrotóxicos na Câmara Federal.

(Agência Câmara de Notícias)

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